Dezesseis internos do Conjunto Penal de Lauro de Freitas concluíram, esta semana, um curso de Panificação com Cidadania, iniciado no mês passado. A capacitação, promovida pela Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), teve como objetivo oferecer aos internos uma oportunidade de reintegração na sociedade, por meio do exercício de uma profissão que exige um nível razoável de técnica e noções de ética.

A comemoração que marcou o encerramento do curso, contou com uma mesa composta pelos produtos fabricados pelos formandos. Familiares dos internos, o diretor da unidade, José Carlos Trindade, a equipe administrativa, psicólogos, advogados, terapeutas ocupacionais e outros profissionais vinculados ao curso, saborearam, em primeira mão, os variados tipos de pães, bolos e outros quitutes fabricados na panificadora do presídio.

Os internos vão trabalhar na padaria da unidade, onde são fabricados, em média, 1.700 pães por dia para atender ao conjunto penal e a comunidade. A expectativa é a ampliar as parcerias para que a produção seja direcionada também a cooperativas, prefeitura local e empresas privadas. Além de capacitados para trabalhar com panificação, os reclusos também vão se tornar multiplicadores, ensinando a profissão a outros internos.

Oportunidade

Segundo José Carlos Trindade, a base de trabalho na unidade é a reinserção do indivíduo na sociedade. “A importância do curso é dar oportunidade os internos de trabalhar como padeiros quando saírem da reclusão”, afirma. Ele destacou a peculiaridade da capacitação – formar para a cidadania -, aliando às aulas técnicas, o ensino de direitos humanos, primeiros socorros e acompanhamento de psicólogos, advogados e terapeutas ocupacionais.

Ética, educação, respeito ao próximo foram alguns dos temas tratados durante o curso, segundo a terapeuta ocupacional Avâny Ataíde. “Os internos se reuniram em grupos e, por meio de dinâmicas, foram tratados assuntos como auto-estima e qualidade de vida”, informou a terapeuta Tatiane Santos.

O recluso J.I., que participou da capacitação, elogiou as atividades: “Eu já trabalhava na padaria antes de fazer o curso e foi ótimo. Aprendi a fazer outros tipos de pães. Antes de vir para cá, eu já tinha uma profissão, mas peço a Deus que, quando sair, tenha oportunidade como padeiro”, disse.

Na segunda-feira (14), terá início o curso de costura industrial, com 20 vagas, realizado em parceria com uma ONG local. Também serão oferecidos, em seguida, cursos de mecânica de automóveis e de eletricidade predial, esse último ministrado por um interno da unidade.