Produtores de sisal, representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), via Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), além de dirigentes de associações de trabalhadores rurais, se reuniram nesta sexta-feira (8) no auditório do Centro Cultural de Valente, município do semi-árido baiano, para discutir o Programa de Política de Garantia do Preço Mínimo, do governo federal.

O preço mínimo taxado pelo governo federal e comprado pela Conab é de R$ 0,99 por quilo da fibra bruta e o benefício se destina aos produtores familiares cadastrados no programa. A cota de venda máxima a cada propriedade é de 30 toneladas por safra e essa medida visa dar cobertura a um maior número de agricultores e reduzir prejuízos na produção.

O governo federal destinou para este ano um aporte financeiro de R$ 20 milhões somente para a compra do sisal. Outra estratégia do governo é elevar o preço do produto nos mercados nacional e internacional. Para isso está sendo aplicada a lei da oferta e da procura – a Conab compra o sisal diretamente do agricultor e faz a estocagem do produto (a ausência da fibra no mercado eleva seu valor).

Para a superintendente regional para a Bahia e Sergipe da Conab, Rose Pondé, essa lógica impede também a ação do atravessador, que compra o sisal mais barato do produtor. “Dessa forma, o sisaleiro não é espoliado”, disse.

O sisal comprado pela Conab é estocado em armazéns inspecionados pelo órgão e o produto recebe o selo de validade da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), que avalia as condições de umidade e qualidade. A maior produção brasileira de sisal está na Bahia (89%).

Segundo o superintendente da Suaf, Ailton Florêncio, a base da cultura do sisal baiano vem da agricultura familiar e é a principal atividade econômica da região. “Por isso é que os governos federal e estadual estão empenhados para garantir preço justo, política de recuperação da produção e diversificação dos produtos e subprodutos do sisal”, explicou.

O presidente da Fundação de Apoio aos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares da Região Sisaleira, Urbano Carvalho, afirmou que está otimista com a nova política do governo federal para o setor. “Lula e Wagner têm boa vontade com a região sisaleira”, destacou.

Capital mundial do sisal

Valente é considerada a capital mundial do sisal. Localizada a 232 quilômetros de Salvador, a cidade é cortada pela Rodovia do Sisal. No último censo foram registrados 21.512 habitantes (10 mil vivem na zona rural).

A economia local é impulsionada pelo comércio e por três grandes empregadores: a prefeitura, a fábrica da Via Uno e uma indústria de tapetes e carpetes de sisal.