Importante instituição de resgate e preservação da memória de um dos mais notáveis escritores brasileiros, a Casa Afrânio Peixoto, mantida pela Fundação Pedro Calmon/Secult, na cidade de Lençóis, será reaberta, domingo (24), a partir das 11h, para visitação pública. Na ocasião, haverá o lançamento da reedição do livro Paranóia, de Afrânio Peixoto, lançada em 1942, além de palestras, exposição e exibição de curta em homenagem ao médico, romancista e político.

A programação contará com as palestras do diretor geral da Fundação, Ubiratan Castro de Araújo – No tempo de Afrânio Peixoto – e da professora Dalila Machado sobre Afrânio Peixoto: Mestre da arte de escrever. Haverá também uma apresentação de roda de capoeira, com o grupo Corda Bamba/Mestre Cascudo, e a Tocata da Lyra Phylarmonica Popular Lençoense.

O público poderá conferir ainda uma exposição sobre a obra de Afrânio e a exibição do curta Vermelho Rubro, de Sofia Federico, em parceria com o Cineclube Orlando Senna e Dimas/Secult.

Criada em 1970, a Casa Afrânio Peixoto é uma biblioteca especializada com livros escritos pelo autor, obras que evidenciam a sua trajetória e alguns volumes da biblioteca pessoal de Afrânio Peixoto, além de objetos pessoais e documentos que revelam a importância deste escritor.

Para Sueli Seixas, diretora da instituição, “estudantes de diferentes regiões e pesquisadores de outros países costumam freqüentar a biblioteca para pesquisar aspectos da vida e o conjunto da produção científica e literária de Afrânio Peixoto”.

Pioneiro

Nascido em Lençóis, Afrânio colecionou diversas aptidões profissionais. Foi médico legista, político, professor, crítico, ensaísta, romancista e historiador literário. Destacou-se, sobretudo, na área da medicina legal e é dele o mérito por elaborar e realizar o primeiro curso de criminologia no Brasil.

No campo da literatura, se lançou com o romance Rosa Mística, um drama em cinco atos. Como médico legista, foi responsável por fazer o laudo de autópsia de Euclides da Cunha (1909), o qual Afrânio substituiu ao ocupar a cadeira nº 07, da Academia Brasileira de Letras. O próprio Afrânio Peixoto resumiu sua vida em apenas dois versos: “Estudou e escreveu, nada mais lhe aconteceu”.