O governador Jaques Wagner será o primeiro chefe do Executivo baiano a pisar oficialmente o solo do Benin – e do continente africano – na visita que fará ao país entre os dias 8 e 11 próximos.

Carregada de simbolismo, a missão visa fortalecer os laços existentes entre os dois países: de culturais e históricos, eles passarão a ser também comerciais e econômicos. Wagner viaja a convite do presidente Boni Yayi, eleito em 2006, que pretende dinamizar a economia do país. Neste mesmo ano, o presidente Lula esteve no Benin.

Benin e Bahia começaram a estreitar relações em 1987 com a ida ao país do então prefeito de Salvador, Mário Kertész, quando teve início um intercâmbio cultural, com a inauguração, no Pelourinho, da Casa do Benin e a instalação, em Ouidah, no país africano, da Casa do Brasil.

São espaços culturais, verdadeiros canais comunicantes das similaridades das duas nações. De Ouidah veio grande parte dos escravos trazidos pelos portugueses à Bahia.

Quando esteve em Salvador no ano passado, Yayi mostrou-se impressionado com a semelhança de alguns traços recorrentes nas duas culturas. Acarajé e feijoada, por exemplo, fazem parte da culinária beninense.

Na época, Yayi doou à Casa do Benin obras de mestres do seu país. A revitalização dos dois centros culturais está na pauta dos entendimentos entre Benin e Bahia. “O que estamos fazendo é resgate de nossa cultura”, diz o governador Jaques Wagner.

Além dele, fazem parte da comitiva o ministro da Cultura Juca Ferreira, o presidente do Iphan, Luís Fernando Almeida, o presidente da Fundação Palmares Zulu Araújo, o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, a secretária de Promoção da Igualdade, Luíza Bairros, o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo e o presidente da Fieb, Vitor Ventin.

Eles conhecerão as cidades de Ouidah, Cotonou e Porto Novo, onde manterão encontros com lideranças políticas, culturais e empresariais do país.

Intercâmbio

Os governos da Bahia e do Benin assinarão dois termos aditivos ao Acordo de Cooperação Bahia – Benin.

Cooperação para a implantação de um programa de intercâmbio cultural

  • intercâmbio de professores entre a Bahia e o Benin, nas áreas de História e Cultura, de modo a apoiar o programa de implantação do ensino obrigatório da matéria História e Cultura Afro-brasileira em todas as escolas do Estado da Bahia, bem como para a implantação do ensino da Língua Portuguesa e da História e Cultura da Bahia no Benin, de modo a atender as populações beninenses descendentes de brasileiros, os Agoudas;
  • intercâmbio de estudantes da Bahia e do Benin para a realização de cursos universitários e de formação profissional de modo a permitir o convívio mais estreito entre os dois povos;
  • produção de material informativo, escrito e digital, de modo a dar suporte a atividades educacionais e culturais em ambos os países;
  • promoção de intercâmbio entre bibliotecas e acervos diversos relacionados com a temática da história e cultura afro-brasileira, incluindo treinamento de pessoal, troca de material impresso e informações, e suporte digital;
  • criação de um grupo executivo, bilateral e paritário, responsável pela elaboração de Plano de Trabalho com indicativos das fontes de financiamento, seja de recursos próprios ou de captação em fontes externas, e normas para implantação, acompanhamento e expansão deste programa de cooperação.

Cooperação para a implantação de um programa de intercâmbio comercial e econômico

  • intercâmbio na área de pesquisa e tecnologia que são utilizadas no Oeste Baiano, dado os índices de produtividade e qualidade do algodão da Bahia;
  • intercâmbio na área da indústria têxtil, voltada para artesões baianos, no sentido de aperfeiçoar a produção de moda inspirado na cultura africana na Bahia e voltada para o saber-fazer endógeno na área dos tecelões e dos artesões do Benin;
  • aplicação de metodologias e tecnologias adaptadas voltadas para o desenvolvimento da agricultura familiar em relação às culturas de subsistência, sobretudo nas culturas do milho, feijão, caju, mandioca e a convivência com o semi-árido;
  • intercâmbio na área de pesca artesanal, voltadas para a qualificação e uso de novos materiais;
  • intercâmbio de experiências e de tecnologia, a formação e o aperfeiçoamento de recursos humanos na área de agroindústria de pequeno porte voltada para os derivados de frutas tropicais e mandioca, com a possibilidade de instalação de unidades-piloto;
  • intercâmbio de experiências e de tecnologia, a formação e o aperfeiçoamento de recursos humanos na área de biocombustível, a partir de óleos vegetais;
  • criação de um grupo executivo, bilateral e paritário, responsável pela elaboração de Plano de Trabalho com indicativos das fontes de financiamento, seja de recursos próprios ou de captação em fontes externas, e normas para implantação, acompanhamento e expansão deste programa de cooperação.

Saiba mais sobre a ida do governador ao Benin:

09/09 – Jaques Wagner visita memorial da escravidão em Ouidah
09/09 – Wagner é recebido com festa em Ouidah, no Benin
09/09 – Benin abre possibilidades de negócios com a Bahia
08/09 – Wagner inicia viagem pelo Benin
03/09 – Governador faz viagem histórica ao Benin