Mesmo sendo zona livre das pragas que atingem a cultura de citros, representantes das secretarias da Agricultura da Bahia e de Sergipe se reuniram para desenvolver ações conjuntas preventivas, no sentido de evitar a entrada de material de multiplicação vegetal.

A principal preocupação é a doença causada pela bactéria Candidatur Liberibacter Spp, a Grenning, considerada a pior praga da citricultura no mundo e que foi constatada em alguns estados do Brasil em 2004.

A Bahia e Sergipe, que têm juntos uma área plantada de aproximadamente 120 mil hectares de citros, decretaram portarias estaduais para regulamentar a entrada, o trânsito e o comércio de frutos, borbulhas e mudas oriundas dos estados infectados com doenças relacionadas a citricultura.

Para o secretário da Agricultura da Bahia, Geraldo Simões, é importante que exista um reconhecimento oficial, por meio do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa), em relação ao status de zona livre de doenças do citros, para que as ações estaduais possam ser mais firmes. “Essa é uma cultura muito importante para a economia dos dois estados. É preciso trabalhar junto para reforçar a fiscalização nas barreiras sanitárias, tendo em vista que a localização da Bahia e de Sergipe facilita a passagem para os outros estados do Nordeste”, destacou.

De acordo com o secretário de Sergipe, Paulo Viana, é preciso produzir e pensar no futuro. “O momento de priorizar esse combate é agora com prevenção e o trabalho de conscientização, que somos zona livre. O sucesso da agricultura está na sua organização”, explicou.

Ações

Durante o encontro foram debatidas a uniformização das ações nos estados e a elaboração de um programa que contemple o apoio à pesquisa, assistência técnica e fiscalização.

Os principais pontos são: o cultivo do citros em viveiros telares e o incentivo da compra de mudas certificadas e geneticamente melhoradas, além da integração da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Empresa de Desenvolvimento Agrícola da Bahia (EBDA), Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Embrapa e Universidades.

Para a execução de uma agenda estratégica foi criada uma comissão composta pelo diretor geral da Adab, Altair Santana; o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Cássio Peixoto; o diretor presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho; da diretora de Defesa Vegetal e Animal da Emdagro, Salete Vieira e da diretora de Defesa Vegetal da Emdagro, Maria Aparecida Andrade Nascimento.

Sintomas da doença

Os sintomas da Greening podem ser observados em várias partes da planta, como ramos, folhas e frutos. A maior característica se apresenta nos frutos, mostrando na parte externa, deformação, além da redução de tamanho e incidência de queda dos frutos. Pode ocorrer a maturação irregular, com manchas circulares verde-claras na casca.

Na parte interna, há uma deformidade visível, as sementes ficam abortadas e a parte branca da casca tem maior espessura do que no fruto normal. As folhas apresentam coloração amarela pálida, com áreas de cor verde, formando manchas irregulares amareladas.