Capacitar, com recurso próprio, todo o quadro técnico que atua no Plano de Aceleração do Desenvolvimento e Diversificação do Agronegócio da Região Cacaueira da Bahia (PAC do Cacau).

Essa é a contribuição e o apoio do sistema Faeb/Senar (Federação da Agricultura e Pecuária o Estado da Bahia/Sistema Nacional de Aprendizagem Rural) para a retomada do crescimento econômico da lavoura cacaueira.

O anúncio feito pelo presidente da Faeb, João Martins, durante a reunião de apresentação do plano, que aconteceu, na segunda-feira (15), no auditório da instituição.

Participaram do encontro, aproximadamente 100 produtores, o secretário estadual da Agricultura, Geraldo Simões, o diretor geral da Ceplac, Jay Wallace Mota, e agentes financeiros dos bancos do Brasil (BB) e do Nordeste (BNB), responsáveis pelo apoio à renegociação das dívidas e a concessão de novos créditos.

O secretário falou sobre o desenvolvimento do setor agropecuário baiano, responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e da necessidade da região sul – que há 19 anos convive com os efeitos da vassoura-de-bruxa – acompanhar esse crescimento, agregando valor a sua produção.

“O pouco que foi conquistado nesses anos é por obra e mérito dos produtores, mas é preciso mais. Vamos agregar valor ao cacau e diversificar a produção”, comentou Geraldo Simões.

De acordo com dados apresentados pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), enquanto o quilo da amêndoa da fruta é vendida em média por R$ 5, a massa chega aos R$ 15 e o quilo do chocolate a R$ 45.
O PAC do Cacau, além de possibilitar a renegociação de dívidas, promove o estímulo à produção consorciada com a seringueira, o dendê, a fruticultura e palmito.

Uma das vertentes do plano é o desenvolvimento da agroindústria, com a construção de 20 unidades de processamento de líquor e chocolates. “Esse não é um plano perfeito, mas possível para a recuperação da economia da região”, relembrou Simões, o comentário do presidente Lula durante o lançamento do PAC do Cacau, em Ilhéus.

Diferencial

Durante o encontro foram esclarecidas dúvidas pertinentes ao processo de renegociação, que se encerra no dia 30 deste mês, os documentos necessários para o cadastro, os descontos percentuais e fixos e as inúmeras vantagens oferecidas pelo PAC aos cacauicutores.

“O diferencial é que esse plano concede bônus não por categoria, mas por saldo devedor, com juros de rebate e oferta crédito novo 100% da fonte de risco, ou seja, um recurso institucional que beneficia o agricultor e faz com que este não entre na dívida ativa da União”, avaliou o gerente geral do BNB, em Itabuna, Delci Andrade dos Santos, se referindo ao recurso do Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE).

Destacando que não queria influenciar ninguém a participar do plano e que esta decisão era de cada um, o presidente da Faeb, garantiu que os recursos previstos foram alvos de muitos estudos.

Ele lembrou que a renúncia em aderir ao plano implica na vulnerabilidade dos que têm problemas com o endividamento.

Programa

O PAC do Cacau tem como meta acelerar o desenvolvimento da produção agrícola regional e reverter o processo de desagregação econômica, social, ambiental, cultural e política.

A expectativa é recuperar 150 mil hectares de cacau, com mudas mais resistentes a pragas, além da implantação de 92 mil hectares de seringa e de 30 mil de dendê para a produção de borracha e biocombustíveis, respectivamente.
Ainda dentro das ações do PAC estão os programas complementares desenvolvidos pela Seagri para o incentivo do cultivo de frutas, flores e a industrialização da produção.

Para alcançar os índices esperados, a Seagri está investindo na contratação de técnicos que vão levar aos produtores assistência técnica rural de qualidade, novas tecnologias e pesquisa.

Para isso, o programa está investindo R$ 2,5 bilhões para os produtores terem acesso a novas linhas de crédito, diversificando a produção agrícola com o cultivo de seringa, dendê e pupunha, fortalecendo e expandindo a fruticultura, além de apoiar a industrialização do cacau.

No entanto, para que isso tudo aconteça e os benefícios cheguem a quem mais precisa, é necessário que os produtores assinem o Termo de Adesão.

O trabalho é uma parceria entre a Seagri, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola EBDA, Ceplac, os bancos do Brasil e do Nordeste e Desenbahia.