A produção de matéria-prima para o biodiesel não é e nunca será a salvação da agricultura familiar. É apenas mais uma das inúmeras culturas. Portanto, não há contradição nem sobreposição entre as produções de energia limpa e de alimentos.

A afirmação do superintendente da Agricultura Familiar da Seagri, Ailton Florêncio, foi feita durante o Simpósio Internacional Biocombustíveis e Segurança Alimentar que começou, nesta segunda-feira (13), no Instituto Cultural Brasil e Alemanha (ICBA), na Vitória.

O encontro, que prossegue até quarta (15), reúne aproximadamente 150 participantes entre estudiosos, políticos, técnicos da área, estudantes e representantes de renomadas instituições. A entrada é franca.

Na oportunidade, Florêncio falou sobre a capacidade do segmento da agricultura familiar em responder às demandas requeridas de produção de biodiesel, devido a viabilidade para o desenvolvimento sustentável e geração de renda condicionada a um conjunto de políticas públicas que envolvam a ampliação da área plantada, a diversidade e a atração de recursos para a difusão tecnológica. “Com a garantia desses elementos e, sobretudo da agregação de valor, inserimos o agricultor familiar no processo”, enfatizou.

Para garantir o equilíbrio na oferta, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), tem fomentado a produção de oleaginosas, a partir do consórcio com cultivares como feijão, milho, dentre outros.

“Com a política de distribuição de sementes foi possível atender 150 mil famílias, em apenas um ano de trabalho”, comemorou o superintendente da Suaf, ao falar das ações do Programa Semeando, desenvolvido pela Seagri e executado em parceria pela superintendência e pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

Nesse primeiro dia, o debate também abordou práticas para o controle de resíduos, emissões e poluição, além do desperdício de alimentos gerados desde a produção ao consumo.