Aproveitar o potencial da piscicultura de espécies marinhas é o que pretende a Bahia Pesca com a reprodução de 200 mil alevinos de bijupirá até abril de 2009. A desova acontece no laboratório de piscicultura da Fazenda Experimental Oruabo, em Santo Amaro, no recôncavo, a 75 quilômetros de Salvador.

Após a fase de desova, a empresa, vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), fará o povoamento dos peixes em tanques-rede em algumas comunidades da Baía de Todos os Santos. Com o Projeto Bijupirá, a Bahia Pesca tem como meta resgatar a importância da pesca artesanal e das condições de vida da população pesqueira, além de continuar o trabalho de pesquisa sobre a espécie.

O objetivo da Bahia Pesca, primeira empresa do Brasil a reproduzir o bijupirá em cativeiro, é tornar a produção desse peixe tão importante para o estado quanto o salmão é para o Chile. O peixe pode atingir até seis quilos no primeiro ano de cultivo e sua produtividade é quatro vezes maior que a do salmão, possibilitando uma maior comercialização.

Existe hoje uma grande procura por peixes de melhor qualidade, sobretudo de espécies que produzem grandes filés, como o bijupirá. Os Estados Unidos, maior comprador de pescado do Brasil, e a Europa, que possui uma grande demanda por carne branca de qualidade, são os principais mercados para a comercialização do bijupirá.

O mercado japonês é outro em que o peixe tem uma boa entrada (hoje esse tipo de pescado é comprado da China) e com o consumo de pescados em ascensão o Brasil é outro mercado potencial para o peixe.

Outro fator importante para o investimento na produção do bijupirá é o seu valor nutricional. Sua carne é rica em proteínas, ômega 3, ômega 6, taurina, ornitina, vitamina E e outros elementos essenciais para uma boa qualidade de vida. Ao mesmo tempo, a elasticidade de sua textura, a cor branca e o sabor suave fazem do bijupirá um dos melhores peixes para a culinária japonesa e para muitos outros pratos.