As dívidas dos fruticultores do Vale do São Francisco decorrentes de empréstimos para custeio da safra passada serão prorrogadas pelo prazo de cinco anos, nas mesmas condições em que os financiamentos foram contratados. A informação foi prestada pelo vice-presidente de Varejo e Distribuição do Banco do Brasil, Milton Luciano dos Santos durante reunião realizada na tarde desta terça-feira (03), na sede do BB em Petrolina (PE).

Participaram do encontro o secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Roberto Muniz, o gerente de Mercado do BB na Bahia, Roberto Wagner, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o secretário de Desenvolvimento de Pernambuco, Fernando Coelho.

A reunião teve o objetivo de definir os critérios técnicos para o equacionamento das dívidas e as condições para os produtores tomar novos empréstimos destinados a custeio e manutenção das produções. De acordo com os critérios anunciados, os fruticultores, além de acesso a novos créditos, ganharam mais prazo para pagamento das dívidas vencidas sem precisar fazer desembolsos imediatos.

Os fruticultores com dívidas de custeio referentes a safras anteriores ao ano passado teriam que quitar 40% do valor do débito para ter acesso a novo crédito, mas, pelas regras ontem definidas, eles ficam dispensados desse recolhimento e poderão acessar uma linha de crédito aberta pelo BB com esta finalidade.

O mesmo tratamento foi dado às dívidas decorrentes de financiamentos para investimentos, que agora poderão ser renegociadas sem a necessidade de recolher 40% da parcela que vence este ano.

A definição dos critérios é mais um fruto do trabalho de parceria entre o governo federal, governo estadual, produtores e agentes financeiros. A renegociação das dívidas representa novo alento para o setor, e previne o desemprego, abrindo oportunidade de retorno para os trabalhadores demitidos por causa da crise na economia mundial.

O secretário Roberto Muniz destacou que a definição dos critérios foi desdobramento das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Seagri, desde que os fruticultores estiveram em seu gabinete, no mês de dezembro, e apresentaram suas reivindicações. Muniz afirmou que, atento à crise que afetou o segmento, o governo baiano oficializou a proposta de renegociação das dívidas junto ao Banco do Brasil e Banco do Nordeste, e ao BNDES, solicitando capital de giro.

Em relação ao BNB, as medidas necessárias foram aprovadas pelo Ministério da Integração Nacional no dia 22 de janeiro. Uma semana depois, o ministro Guido Mântega, da Fazenda, comprometeu-se com o governador Jaques Wagner a abrir uma linha de crédito para capital de giro no montante de até R$ 200 milhões. Faltava a definição do Banco do Brasil, que agora estabeleceu os critérios para investimentos e custeios, inclusive com relação a recursos para exportação.