Nem mesmo as adversidades climáticas que atingiram a Bahia durante o mês de novembro – que ocasionou em seca na maior parte do estado – fez com que o produtor perdesse o período da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Nessa corrida, a Bahia atingiu a considerada marca de 96% do índice vacinal, o que significa a permanência do status de zona livre da doença. Atualmente a Bahia possui aproximadamente um plantel de 11.250 milhões de bovinos e bubalinos (búfalos).

Para o secretário da Agricultura, Roberto Muniz, esta conquista é o reflexo do empenho dos produtores em vacinar seu rebanho e juntamente com o Estado buscar a erradicação da febre aftosa. “Foi fundamental a participação e o engajamento dos criadores nessa campanha, principalmente aqueles inseridos diretamente nas regiões do semi-árido e caatinga”, disse o secretário.

Segundo o diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Cássio Peixoto, “o Estado nunca havia registrado em campanhas anteriores uma situação parecida e sensibilizado pelos apelos dos criadores, associações, sindicatos e médicos que trabalham no campo, decidimos solicitar do Ministério da Agricultura (Mapa) a prorrogação da vacinação da segunda etapa. Não poderíamos permitir que a forte estiagem prejudicasse o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, conferido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) à Bahia. O criador atendeu de prontidão ao nosso chamamento, e por isso esse índice de 96% é tão representativo”, completou o diretor.

Avanços

Dentre as metas da Adab, estão a proposta do status da zona livre sem vacinação, alcançado apenas pelo estado de Santa Catarina e a redução em 10% da zona tampão, área de divisa com outros estados considerados de alto risco para a febre aftosa. Durante o ano passado, a Adab realizou recadastramentos e georreferenciou todas as propriedades criadoras de rebanhos de bovinos e bubalinos da zona tampão.

Uma equipe do Ministério da Agricultura, juntamente com técnicos da Adab, ratificou a possibilidade dos limites geográficos da zona tampão serem reduzidos sem prejudicar o status de zona livre com vacinação que o Estado possui. O zoneamento possui cerca de 1,2 mil quilômetros de extensão localizada nas regiões Norte e Noroeste do estado e foi criada em 2000 com o objetivo de proteger a Bahia de estados com maior risco para aftosa.

Há oito anos a Bahia é reconhecida como zona livre da febre aftosa com vacinação, porém em 2005 esse título foi suspenso pela Organização Internacional de Saúde (OIE), assim como em mais nove estados, em virtude do foco da doença ter sido registrado em municípios do Mato Grosso do Sul. Em julho desse ano, a Bahia reconquistou o status de zona livre, fato que permite, desde então, que os criadores baianos transitem seus animais vivos sem precisar fazer o teste sorológico.

De acordo com o diretor de defesa animal da Adab, Rui Leal, não basta só o criador vacinar. Ele também fica obrigado, após cada etapa da campanha, declarar sua vacinação nos postos da Adab, sob pena de ser multado e ter seus animais impedidos de receber a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que atesta a sanidade dos animais e libera a exposição dos mesmos em eventos agropecuários.

A Febre Aftosa é uma doença contagiosa causada por vírus de rápida multiplicação e ataca todos os animais de casco dividido como caprinos, ovinos, bubalinos, suínos e principalmente bovinos. Os animais doentes têm feridas na boca, nas tetas e entre as unhas. A transmissão da doença acontece por materiais infectados, veículos, equipamentos e pessoas que tiveram contato com o vírus.