Apoiar as atividades de gestão e planejamento nos Territórios de Identidade da Bahia através de ações integradas e de uma rede de diálogo permanente entre o poder público e representantes da sociedade civil, como forma de compartilhar e solucionar problemas nos Territórios. Este foi um dos temas discutidos na reunião desta segunda-feira (06), na Secretaria do Planejamento (Seplan), onde compareceram representantes de diversas secretarias e da Coordenação Estadual dos Territórios (CET).

Para o secretário do Planejamento, Walter Pinheiro, “estas iniciativas demonstram que os Territórios estão no centro de desenvolvimento das políticas públicas estaduais”. Outra iniciativa debatida na reunião foi o projeto Caminhões Culturais da Secretaria de Cultura. Ele prevê que cada Território possua um caminhão adaptado para atividades culturais. O recurso de R$ 300 mil por veículo será viabilizado através da Lei Rouanet, do governo Federal, com a gestão realizada pelos Colegiados Territoriais.

Segundo o chefe de gabinete da Seplan, Edson Valadares, a criação do Núcleo de Desenvolvimento Territorial Professor Milton Santos consolida as políticas territoriais como modelo de desenvolvimento socioeconômico, cultural e sustentável, de forma participativa, aproveitando os potenciais e as vocações de cada um dos 26 Territórios. “Ele também fortalece o arranjo institucional ao integrar as ações de governo e promove a articulação e mobilização dos atores locais”, explica Valadares.

O anúncio oficial deste Núcleo deve ser realizado no dia 17 de abril, em Itabuna, pelo governador Jaques Wagner. Paralelamente ocorrerá a assinatura do convênio entre o Governo do Estado, através da Seplan e do Instituto de Gestão das Águas e Climas (Ingá), com as seis entidades vencedoras do edital que apóiam o estudo, projeção e dinamização de ações de fortalecimento da economia dos Territórios.

Nobel de Geografia

O professor Milton Santos formou-se em Direito no ano de 1948, pela Universidade Federal da Bahia, e foi professor em Ilhéus e Salvador. Ele é autor de livros que surpreenderam os geógrafos brasileiros e de todo o mundo, pela originalidade e audácia, entre eles, destacam-se "O Povoamento da Bahia" (1948), "O Futuro da Geografia" (1953), "Zona do Cacau" (1955). Após o doutorado em Geografia na Universidade de Estrasburgo, da França, voltou ao Brasil e trabalhou no jornal A Tarde e na CPE (Comissão de Planejamento Econômico-BA), precursora da Sudene. Foi preso em 1964 e exilado.

Passou o período entre 1964 a 1977 ensinando na França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Venezuela, Tanzânia; escrevendo e lutando por suas idéias. Foi o único brasileiro e receber um prêmio o Vautrin Lud, que é como um Nobel de Geografia.