Publicada às 16:35
Atualizada às 18:25

Os agricultores familiares da Bahia vão contar com a Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) para distribuir a sua produção. A informação foi parte do discurso do governador Jaques Wagner durante o Encontro Perspectivas 2009 – Nova Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), realizado na tarde desta segunda-feira (13), no Fiesta Convention Center, em Salvador. O evento comemorou os 30 anos do programa Cesta do Povo, 29 anos da Ebal e dois anos de reabertura operacional da Cesta do Povo.

“Desde que eu apostei na Ebal, sempre visualizei a possibilidade de que ela seja um braço de comercialização para a agricultura familiar”, declarou Wagner. Segundo ele, a Bahia é o estado brasileiro com maior número de famílias vivendo de pequenas produções agrícolas, aproximadamente 700 mil, ou cerca de 3 milhões de pessoas.

Para Wagner, a agricultura familiar pode melhorar sua performance, se orientada pela Secretaria da Agricultura, junto com a Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração e com o Sebrae. “Aqui em Salvador é vendida uma farinha, um mel do interior e que são sempre procurados. Em vez de deixar este produtor na mão do atravessador, que é quem ganha mais, vamos fazer a empresa estatal garantir a melhoria de vida desta gente”, explicou.

O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, disse que, absorvendo a produção da agricultura familiar e trazendo para a cidade produtos do interior, a Ebal vai funcionar como uma incubadora, divulgando e dando visibilidade às marcas e produtos.

Para Amoedo, a idéia é tornar a Ebal, que possui 283 lojas em 229 municípios, cada vez mais um instrumento social. “Já temos integradas 26 lojas da Farmácia Popular, por exemplo, e estamos estudando a possibilidade de sermos um correspondente bancário. A Cesta do Povo tem que ser um grande indutor do desenvolvimento regional e do estado como um todo”, afirmou.

Resultados e perspectivas

Durante o evento, foi lançada a campanha de comunicação interna Nova Ebal, Movida pela Nossa Energia e relatadas as perspectivas da empresa para este ano. Logo após a solenidade de abertura, foi realizada a apresentação do programa Ebal TV Especial, abordando os 30 anos da Cesta do Povo e as conquistas de 2008. O encontro teve também como objetivo consolidar as novas políticas, valores e cultura organizacional da Ebal, além de integrar os seus quase 2,3 mil funcionários.

Segundo o presidente da Ebal, Reub Celestino, os resultados destes dois anos de recuperação da empresa são muito bons. Ele informa que a empresa fechou 2008 com R$ 366 milhões de faturamento, o qual deve subir para R$ 510 milhões este ano.

“Quanto aos prejuízos, quando entramos, tínhamos registrados R$ 315 milhões. No ano seguinte baixou para R$ 63 milhões, em 2008 reduziu para R$ 28 milhões e este ano queremos chegar no positivo da contabilidade, o que já alcançamos no fluxo de caixa”, contabilizou.

Segundo ele, hoje a Ebal trabalha no azul, pelo fluxo de caixa, não atrasou um dia nos seus pagamentos nestes dois anos e possui 1,5 mil fornecedores. “Estamos trabalhando com recordes de itens expostos, produtividade, e resultados financeiros e econômicos”, enumerou. Segundo Wagner, “este caso da Ebal/Cesta do Povo vai ser descoberto para estudo de muita gente, mostrando que, para dar certo, pode ser público ou privado, mas é preciso que tenha valores, princípios, ética e transparência”.

Para o primeiro funcionário da Ebal, Antônio Raimundo Ramos, 53 anos, e que está há 29 anos na empresa, é uma felicidade vê-la completamente recuperada. “A gente que viveu um período de dúvidas. Saber que a empresa foi resgatada no alegra muito. Chegamos a ter medo de ficar sem emprego, vendo tudo sucateado”, afirmou.

Não foram somente os funcionários que ficaram felizes. O empresário Ronaldo Bulhões conta que há oito anos é fornecedor de produtos de limpeza para a Ebal. “Nesta nova gestão, foi algo fantástico o profissionalismo de todos os setores, desde o marketing, de compras, dando circulação aos nossos produtos em várias cidades da Bahia”, comentou.