Mais de 300 norte-americanos já se encontram na Bahia para participar de diversas atividades relacionadas à cultura afrodescendente. A informação é do Departamento de Turismo Étnico-afro da Bahiatursa, que estima que o número de visitantes dos Estados Unidos chegue a 500. Este ano, a Secretaria de Turismo do Estado (Setur) destinou R$ 80 mil para apoio aos festejos de Cachoeira. Os recursos são oriundos de emendas parlamentares.

Segundo o coordenador do programa, Billy Arquimimo, a maioria desses estrangeiros deve ir ao município de Cachoeira, a 111 km de Salvador, para conhecer as festividades da Irmandade da Boa Morte. A prefeitura local acredita que a cidade deve receber 15 mil visitantes, entre brasileiros e estrangeiros, no período das celebrações religiosas.

Arquimimo afirmou ainda que, além dos americanos que vieram de Los Angeles, Chicago, Nova York, Filadélfia e Miami, também há visitantes de São Paulo, Rio de Janeiro e de estados do Sul e Nordeste do Brasil.

História 

Mantida por uma confraria singular, a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte tem nas suas festividades o ponto alto. O evento atrai todos os anos, para a cidade de Cachoeira, um grande número de visitantes, entre estudiosos e turistas de diversas partes do mundo.

O grupo é formado exclusivamente por mulheres negras e mestiças, que descendem e representam a ancestralidade dos povos africanos escravizados e libertos no Recôncavo da Bahia.

Elas tinham o intuito de alforriar escravos ou dar-lhes fuga, encaminhando-os para o quilombo do Malaquias, em Terra Vermelha, zona rural da cidade de Cachoeira. A Boa Morte nasceu nas senzalas, locais que abrigavam escravos negros nos engenhos de cana-de-açúcar, há cerca de 150 anos.