O Estudo de Controle e Planejamento dos Aquíferos Recôncavo e Urucuia, os dois mais utilizados do estado da Bahia, será apresentado, nesta terça-feira (18), às 14h, na sede do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), no Itaigara. O geólogo Zoltan Romero Cavalcante, especialista em gestão dos recursos hídricos, que integra a Coordenação de Monitoramento Ambiental e Hidrogeologia do instituto, irá mostrar as ferramentas para controle e planejamento dos aqüíferos.

Ele explica que o estudo aponta as metodologias para determinar os padrões para outorga e proteção dos aquíferos. “No decorrer do estudo, pudemos examinar, por meio de testes de poços e aqüíferos, a quantidade de água que pode ser retirada e o nível de rebaixamento daquela área”.

A pesquisa, que já vem sendo realizada no aqüífero Urucuia há oito anos, e no Recôncavo há quatro, deverá auxiliar na tomada de decisões para sobre a retirada de água desses aquíferos subterrâneos, além de conferir mais exatidão às informações sobre a quantidade de água disponível e restrição de uso da área, contribuindo para uma maior eficácia nas ações de planejamento e controle.

Com esses dados, será possível avaliar a quantidade de água que pode ser retirada sem causar problemas ambientais, saber como essa água deve ser retirada do aqüífero, que áreas devem ser protegidas para evitar contaminação e identificar as áreas restritas para a proteção dos aqüíferos.

Romero também aponta outras ações que podem ser desenvolvidas com os dados como o planejamento público para abastecimento de água, identificação da quantidade de água subterrânea, as áreas que podem contaminar sob o risco de comprometer o abastecimento da área, e também fechamento ou abertura de poços caso haja necessidade.

Aquífero Urucuia

Na região oeste do São Francisco, a área coberta pelos sedimentos predominantemente arenosos do Grupo Urucuia tem aproximadamente 76 mil quilômetros quadrados. Os estudos hidrológicos e hidrogeológicos realizados evidenciam a relação entre as águas superficiais e subterrâneas da região. Estes estudos envolveram a elaboração de um balanço entre os benefícios resultantes da exploração do aqüífero e as alterações indesejáveis que poderiam ocorrer nos mananciais superficiais.

Aquífero Recôncavo

A Bacia Sedimentar do Recôncavo possui área de aproximadamente 11.500 quilômetros quadrados, sendo limitada ao norte pelo Alto de Aporá que a separa da bacia de Tucano Sul. Nesta bacia, destaca-se o Sistema Recôncavo, que é formado por um aquífero livre, representado pelas formações Barreiras, Marizal e parte superior da Formação São Sebastião. A alimentação do componente freático do aqüífero Recôncavo é feita, principalmente, por meio da infiltração das águas das chuvas.

A alta pluviosidade que ocorre sobre um sistema granular bastante permeável contribui de forma significativa para o escoamento e infiltração desta água e a conseqüente formação de um aqüífero livre bastante significativo. A qualidade das águas subterrâneas é satisfatória em toda área, com exceção de alguns locais já comprometidos com assentamentos urbanos e industriais.

Águas subterrâneas

Localizadas no subsolo, às águas subterrâneas forma, às vezes, reservatórios naturais chamados de aquíferos. Essa água se encontra acumulada em diferentes tipos de rochas permeáveis e semipermeáveis. O desenvolvimento das modernas técnicas de prospecção, perfuração e extração fizeram com que a água subterrânea fosse vista como uma fonte inesgotável de abastecimento, porém, a maior parte dos aquíferos não pode suportar enormes taxas de extração demandadas em todo o mundo.

Aquíferos

Os Aquíferos são reservatórios naturais formados pelas águas subterrâneas localizadas no subsolo. Eles se parecem com uma esponja usada para lavar a louça – cheias de pequenos furos saturados de água. Ao molhar a esponja, são esses furinhos minúsculos que absorvem a água. No caso dos aqüíferos, esses poros são equivalentes às aberturas saturadas de água na rocha. Portanto, o aquífero é o conjunto de rochas que fica bem abaixo do terreno que se pisa, cheias de poros e aberturas interconectados, onde a água se acumula.