O governo da Bahia está recuperando os rios urbanos de Salvador e de seu entorno através de obras de saneamento básico, num investimento de mais de R$ 600 milhões, dentro do programa Água para Todos.

Só em Salvador, a meta é atingir 90% da cobertura de esgotamento sanitário até 2010. O governo pretende, até 2010, fazer a ligação à rede de esgoto da cidade, que tem 112 mil domicílios em 27 bacias hidrográficas.

“Esperamos ultrapassar os 90% de domicílios ligados à rede de esgotamento nessas áreas”, afirmou o superintendente de Esgotamento Sanitário de Salvador, da Embasa, Cantídio Duarte.

A despoluição dos rios, disse, propicia a revitalização dos corpos d’água. Com a retirada dos esgotos lançado in natura, os rios voltam a ter vida, se auto- recuperam em período de no máximo um ano, “o que significa que a cidade ganha de volta os rios limpos”.

Combinado com as ações de esgotamento sanitário, o governo da Bahia, via Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), vai iniciar a implantação do Programa de Restauração de Matas Ciliares e Nascentes, que tem também como objetivo a revitalização dos rios. Estão previstos o plantio de mudas nativas e vegetação ciliar para arborização urbana e a recuperação de nascentes e rios.

Isso será feito por meio da abertura de editais de chamada pública até o final deste ano, voltados para projetos da sociedade civil e prefeituras de todo o estado. A primeira etapa do programa beneficiará os dez maiores municípios baianos, incluindo Salvador.

A iniciativa de restauração de grandes rios tem impacto direto nos rios urbanos e é de extrema importância para a qualidade de vida. O programa faz parte do Projeto de Mata Ciliar do Ingá, que tem como maior objetivo a restauração da vegetação do entorno dos rios.

Equilíbrio ecológico

As matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ecológico, oferecendo proteção para as águas e o solo, fixando o solo e reduzindo o assoreamento de rios, lagos e represas e impedindo o aporte de poluentes para o meio aquático.

Esse tipo de vegetação forma corredores que contribuem para a conservação da biodiversidade, além de fornecer alimento e abrigo para a fauna e de constituir barreiras naturais contra a disseminação de pragas e doenças da agricultura.

O replantio das áreas de mata ciliar é uma necessidade, devendo ser implementado com espécies nativas, observando um nível adequado de diversidade biológica para assegurar a restauração dos processos ecológicos, condição indispensável para o desenvolvimento sustentável.