Para discutir e avaliar o processo de criação da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública, a Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen), reúne, até quinta-feira (27), no Hotel Vilamar, em Amarlina, técnicos das 31 Diretorias Regionais de Saúde (Dires), responsáveis pela área de Vigilância Epidemiológica, dos Laboratórios de Entomologia e de Água e das secretarias municipais de Saúde, que formarão a Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública (Relsp).

O evento conta com conferências, mesas redondas, debates e trabalhos em subgrupos, divididos pelas macrorregionais de saúde, para viabilizar a construção de um documento contendo o diagnóstico atual do processo de implantação e implementação dos Laboratórios de Saúde Pública, em âmbito municipal, seguido do planejamento de atividades a serem realizadas conjuntamente.

A implantação e implementação de Laboratórios de Saúde Pública, com abrangência regionalizada em 26 municípios do estado, é uma ação estratégica da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) até 2010.

O 1º Encontro para Estruturação da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública foi aberto, nesta terça-feira (25), quando a superintendente da Suvisa, Lorene Pinto, falou sobre a importância do evento, já que é uma conquista, algo que se pleiteava há muito tempo e que agora está com a proposta sendo construída.

Estruturação da rede

Para Lorene, neste encontro, terão que ser respondidas duas questões: a primeira delas é o que realmente é um Laboratório de Saúde Pública, o que ele faz e como é ser um laboratório do SUS; a segunda questão será qual a necessidade de se estruturar a rede de laboratórios. "Vejo que, com a implantação da rede, as amostras não terão que atravessar o estado para serem analisadas no Lacen. Isso nos dará rapidez e um atendimento de maior qualidade para a população usuária do SUS", afirmou a superintendente.

A diretora do Lacen, Rosane Will explicou como será montada a rede de laboratórios, a sustentabilidade da proposta, qualificação dos resultados, racionalização dos custos e a padronização dos procedimentos. "O projeto, que contará com 26 laboratórios, será concluído em 2011 e, já em 2010, estaremos com 20 laboratórios em funcionamento. Esses laboratórios, distribuídos conforme critérios técnicos, atenderão a todos os 417 municípios do estado", explicou. Os laboratórios farão diagnósticos de meningite, leptospirose, tuberculose, sífilis, micoses, rotavírus e hanseníase, entre outros procedimentos.  

Estão em funcionamento no estado os laboratórios do Lacen em Salvador, Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana, Serrinha, Alagoinhas, Ilhéus, Senhor do Bonfim, Vitória da Conquista, Brumado e Teixeira de Freitas. Até dezembro deste ano, estarão em funcionamento Barreiras, Guanambi, Juazeiro e Jequié. Até dezembro de 2010, a rede contará com os laboratórios de Santa Maria da Vitória, Ibotirama e Itaberaba; até 2011 serão Paulo Afonso e Eunápolis.

Outras experiências

No país, apenas os estados do Paraná e Minas Gerais estão com processos avançados e com metas já cumpridas na estruturação da rede de laboratórios. De acordo com a consultora da Coordenação Geral de Laboratórios da Secretaria de Vigilância da Saúde, do Ministério da Saúde, Denise Mancini, o Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza a descentralização e a hierarquização dos laboratórios no país. "A esfera federal e o estado, aqui representado pelo Lacen, se unem para que esse objetivo seja alcançado, ou seja, para que possamos oferecer para a população um diagnóstico eficiente e de qualidade", atestou a consultora.

Esta tarde, durante a mesa redonda Compartilhando experiências sobre Redes de Laboratórios de Saúde Pública, a representante do Lacen do Paraná, Maria Emília Aracema, mostrou toda a estruturação da rede de laboratórios daquele estado, e Júlia Noriko Enomoto, também do Paraná, falou da experiência da implantação da Rede de Laboratório de Água. Em seguida, a Intersetorialidade das Ações de Vigilância em Saúde foi tema de mais uma mesa redonda, com os técnicos das diretorias de Vigilância Epidemiológica (Divep), de Vigilância Sanitária (Divisa) e Lacen.