A desapropriação dos 771 imóveis que estão no trajeto da Via Expressa já teve início. Até agora, três famílias foram indenizadas e mudaram de endereço para outro ponto no entorno da via. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (2) pelo diretor de Operações da Conder e coordenador-executivo do projeto Via Expressa, Armindo Gonzalez. Segundo ele, até 2011, todos os imóveis devem estar desapropriados. O valor total estimado das indenizações é de R$ 49,2 milhões.

Os imóveis ao longo da via são avaliados individualmente. O processo envolve uma série de etapas, incluindo pesquisa fundiária, pesquisa cartorial e situação de imposto municipal, estadual e federal. “Não há como determinar um valor máximo ou mínimo dos imóveis. Eles são avaliados um a um, de acordo com a estrutura, a área, enfim, suas características próprias”, afirmou Gonzalez.

Entre os desapropriados está dona Josefa Santos. Ela tinha dois imóveis na Soledade e depois de receber a indenização mudou de endereço para a Estrada da Rainha. Para Josefa, o processo de negociação foi rápido e mudou para melhor sua vida. “Estou muito feliz com a minha nova casa. A outra era no meio da ladeira e já estava rachada. Esta não. Tem até garagem”, disse.

Os dez bairros situados no entorno da via foram diagnosticados socialmente, o que permitiu gerar um cadastro com o número de famílias e de comerciantes existentes no local. Foi feito também um perfil socioeconômico para o desenvolvimento urbanístico da região.

Ficou constatado que as famílias da Baixa de Quintas, Estrada da Rainha e Dois Leões poderiam ser inscritas no programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal. Dessas, 136 estão inscritas no programa, por terem salários que variam de 0 a três salários mínimos.

Novos projetos habitacionais

Equipes de engenheiros e arquitetos da Conder estão desenvolvendo projetos habitacionais que vão servir para abrigar famílias no próprio entorno da via. Imóveis que antes eram comerciais estão sendo avaliados e estudados para se tornar prédios residenciais.

Na área da Rodoviária Velha, por exemplo, 62 apartamentos estão sendo recuperados. No Comércio, 35 unidades também estão sendo restauradas. O objetivo é possibilitar aos moradores continuarem próximos da via. “Buscamos minimizar os impactos da Via Expressa para os moradores. Essas alternativas que estamos dando ajudam no processo de negociação”, explicou Gonzalez.

Das 771 unidades que serão desapropriadas, 75% já têm cadastro físico, ou seja, têm sua estrutura especificada, como quantidade de cômodos, área e tipo de piso. Além disso, 21% estão em processo de negociação.