Ainda faltavam 5 horas para o início da partida Brasil x Chile, em Salvador (BA), pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010 (África do Sul), quando os primeiros torcedores chegaram ao estádio metropolitano Governador Roberto Santos (Pituaçu). “Antecedência para evitar fila e engarrafamento”, disse o comerciante Pablo Carneiro, que chegou acompanhado da esposa e da filha, e foi o primeiro a cruzar o portão de entrada. “Preferi vir cedo, escolher um bom lugar e aproveitar o clima da festa. O estádio é confortável e não é todo dia que a Seleção está em Salvador.”

Para distrair a torcida antes da bola rolar, o novo telão de Pituaçu exibiu os melhores lances das campanhas do Brasil nas últimas Copas. O público vibrou com os dois gols de Ronaldo na final contra a Alemanha em 2002 e com as jogadas de Bebeto e Romário em 1994.

Uma chuva fina insistia em cair antes da partida, mas não foi suficiente para atrapalhar a festa. O grupo Ylê Aiyê entrou em campo para ajudar a esquentar o clima, logo depois foi a vez do Cortejo Afro, juntos os dois grupos fizeram brasileiros e chilenos dançarem ao som do ritmo afro. “Essa é a festa que só os baianos sabem fazer, quando a copa chegar vamos dar um show,” disse animado o administrador Carlos Silva, que não parou um minuto.

Campanha da Saúde e orientação de funcionários do SAC

Enquanto isso, do lado de fora do estádio, a Secretária de Saúde do Estado (Sesab) aproveitou o grande fluxo de pessoas para estimular a doação de órgãos. Num stand montado no acesso ao portão principal, um grupo de monitores deu explicações sobre a importância da doação. Quem se cadastrou como doador recebeu uma camisa da torcida da solidariedade com o slogan “Eu torço pela vida, sou um doador”.

Para ajudar os torcedores que não conheciam o estádio, uma equipe de 110 funcionários do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) trabalhou como orientadora da torcida. Vestidos com uma camisa onde a frase “Posso Ajudar” estava em destaque, eles tiraram dúvidas sobre acesso e localização dentro e fora do estádio.

“Hoje nós deixamos de ser SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) e passamos a ser o SAT, Serviço de Atendimento ao Torcedor”, brincou o diretor operacional do SAC, André Peixinho, enquanto explicava que todos estavam trabalhando como voluntários e haviam recebido treinamento inclusive para atender a torcida chilena.

“A equipe também ficou responsável por realizar a pesquisa de opinião elaborada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para medir a satisfação do torcedor com a organização da partida” disse. O trabalho que começou na última partida contra o Paraguai, em Recife (PE), foi repetido em Salvador.