O Teatro Castro Alves apresenta, desta sexta-feira (11) a 24 de janeiro de 2010, a exposição Marighella, em memória aos 40 anos da morte do guerrilheiro comunista, ícone do combate à ditadura militar no Brasil.

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz e Vladimir Sacchetta, a mostra traça o perfil e a trajetória de vida de Carlos Marighella com cartas, livros, imagens de arquivo, iconografia variada, depoimentos, além de textos do próprio Marighella.

Carlos Marighella nasceu em Salvador, em 5 de dezembro de 1911, filho de imigrante italiano e de uma mulher negra, descendente de escravos africanos. Dono de invulgar inteligência notabilizou-se por fazer, em versos, provas de física e química no Ginásio da Bahia, onde concluiu o segundo grau. Ainda adolescente despertou para as lutas sociais.

Aos 20 anos iniciou o curso de Engenharia na Escola Politécnica da Bahia, tornando-se militante do Partido Comunista em 1933. Todo o resto de sua vida será dedicado à luta dos trabalhadores, à causa da soberania nacional e do socialismo.

Em 1946 foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte que se seguira à deposição de Getúlio Vargas. Foi apontado como um dos mais aguerridos parlamentares de todas bancadas, proferindo em menos de dois anos 195 discursos. Invariavelmente, sua fala era de denúncia das condições de vida do povo e da crescente subordinação do país a interesses internacionais.

Na década de 50, em São Paulo, participou ativamente das lutas populares do período – defesa do monopólio estatal do petróleo, contra o envio de soldados brasileiros à Coreia, contra a desnacionalização do ensino e de toda a economia. Cada vez mais dirigia sua palavra, seu trabalho e suas propostas no sentido da área rural brasileira.

Em 1958 redigiu o estudo “Alguns aspectos da Renda da Terra no Brasil”, que abre uma série de contribuições políticas que haveria de elaborar até 1969. Visitou a China Popular, a União Soviética e, anos depois, Cuba, estudando as experiências revolucionárias vitoriosas naqueles países.

Em 1969 foi apontado pela ditadura como inimigo público número um e passou a ser alvo de uma caçada que envolveria diretamente todas as estruturas repressivas montadas pelo regime militar. Na noite de 4 de novembro de 1969, Carlos Marighella foi surpreendido por uma emboscada de agentes da polícia política sob o comando do delegado Sérgio Fleury e assassinado na Alameda Casa Branca, em São Paulo.