A queda de atividade econômica nos principais mercados da Bahia e a maior competição pelo fornecimento a esses mercados levaram as exportações baianas a recuarem, em novembro, 25,2% em relação a outubro, e 5,2% em relação a novembro de 2008. A esses fatores se soma a valorização do real frente ao dólar, o que vem encarecendo os produtos produzidos no estado para o mercado internacional e diminuindo a rentabilidade das exportações.

Apesar da queda nas exportações, não houve, em novembro, déficit comercial, pois as importações também recuaram 17% em relação a outubro. No acumulado do ano, o saldo é positivo em US$ 2,17 bilhões, embora 3,3% inferior a 2008. Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (11) pelo PromoBahia-Centro Internacional de Negócios, vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm).

O coordenador de Inteligência Comercial do PromoBahia, Arthur Souza Cruz, explica que, em novembro, até os produtos básicos como soja e algodão, que sustentaram o desempenho das exportações ao longo do ano, tiveram queda, de 68% e 20%, respectivamente, o que se explica por fatores sazonais, com a tradicional redução nas vendas de produtos agrícolas neste período do ano.

Cresceram as vendas de derivados de cacau (91,5%), pneus (7,5%) e café (37,3%), mas não o suficiente para compensar as outras reduções. No acumulado até novembro, as exportações baianas atingiram US$ 6,35 bilhões, 23% abaixo de igual período do ano anterior.

Estatísticas do PromoBahia revelam que, diante da dificuldade de recuperação das exportações, em decorrência do lento crescimento de destinos importantes das mercadorias baianas como os EUA, União Européia e Mercosul, as exportações baianas devem encerrar 2009 com uma redução em torno dos 20% sobre o ano passado, alcançando US$ 7 bilhões.

De acordo com dados do PromoBahia, as exportações para a União Européia, com queda de 43% no período janeiro a novembro deste ano em relação ao mesmo período de 2009, estão entre as que mais sofreram redução neste ano, seguida pelos EUA, com 41%, e Mercosul, com 35%.

Em contrapartida, as exportações para a China cresceram 71,6% de janeiro a novembro. Desde o início do ano, o país asiático tornou-se o principal destino das mercadorias baianas. Também cresceram as exportações baianas para os demais países da América Latina, em 8,6%.

Para o gerente do PromoBahia, o principal desafio dos exportadores no momento é recuperar as vendas para os Estados Unidos. A demora na recuperação da economia norte-americana está interferindo nas vendas externas baianas. “A pauta de exportações para os Estados Unidos é composta, em sua maior parte, de insumos para as indústrias norte-americanas, que ainda não retomaram os níveis de produção”.

Importações

O total importado pela Bahia no período de janeiro a novembro ficou 30% abaixo do mesmo período de 2008. A queda foi maior na compra de matérias-primas e intermediários, que chegou a 40%, ao se comparar com os números dos 11 primeiros meses de 2008. As importações de automóveis e outros bens de consumo seguiram crescendo em novembro, cerca de 1%, quando comparadas com o resultado de outubro.

“Há, entretanto, uma tendência de aumento na importação de bens de consumo e de matérias primas, por conta do câmbio altamente favorável e do aquecimento do consumo interno. Em função do período de fim de ano, houve aumento considerável nas compras de bens de consumo como produtos natalinos e bebidas”, informa Souza Cruz.