Empenhados em discutir a obra e resgatar a memória do cineasta Roberto Pires, a Iglu Filmes e o Cineclube Roberto Pires, exibirão a cópia em 35mm recém-restaurada de Tocaia no Asfalto, nesta quarta-feira (16), às 19h, na Sala Walter da Silveira (Biblioteca Pública dos Barris) em Salvador, em sessão gratuita e aberta ao público.

Produzido em 1962, Tocaia no Asfalto venceu o Prêmio Saci em 1963 e foi restaurado pela Diretoria de Audiovisual (Dimas) da Fundação Cultural do Estado, por meio do edital nacional Programa de Restauro Cinemateca Brasileira – Petrobras de 2007.

Precursor

Criador da lente Igluscope nos anos 50, Roberto Pires inaugurou o chamado Ciclo Baiano de Cinema e participou, com Glauber Rocha, Cacá Diegues e Luiz Carlos Barreto, do Cinema Novo brasileiro.

A criação da lente anamórfica Igluscope permitiu que Redenção (1959), o longa de estreia de Roberto, fosse filmado. Outras produções haviam sido gravadas na Bahia, mas as equipes eram de diferentes localidades. Assim, com diretor, produção e elenco locais, Redenção foi o primeiro longametragem genuinamente baiano. Por conta da importância histórica, esse filme está sendo restaurado na TeleImage, em São Paulo, com o patrocínio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, e ganhará exibição itinerante a partir de março de 2010.

Um outro longa desse diretor que está programado para entrar em restauro é A Grande Feira (1961). Analisando os filmes e os feitos de Roberto, fica fácil entender porque, ante sua obstinação e criatividade, Glauber Rocha declarou: “Se o cinema baiano não existisse, Roberto Pires o teria inventado”.