Pelo décimo mês consecutivo, o comércio baiano apresenta expansão no volume de vendas, com variação de 10,1% em outubro, em relação ao mesmo mês de 2008, e de 2,1% na comparação com o mês imediatamente anterior – com ajuste sazonal. A taxa apurada (10,1%) foi a de maior expressividade registrada pelo setor em 2009.

Dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).

Os constantes resultados positivos apresentados pelo comércio baiano em 2009, principalmente a partir do segundo trimestre do ano, foram influenciados pelo aumento do emprego formal no estado, melhoria de rendimento da população, notadamente das camadas de mais baixa renda, maiores facilidades de acesso ao crédito e inflação sob controle. Tais fatores se refletiram sobretudo no bom desempenho do segmento de Hipermercados e supermercados, responsável pelas principais contribuições positivas em 2009. O impacto deste segmento é o de maior representatividade na composição da taxa, dentre as oito atividades que compõem o indicador do varejo – Volume de Vendas.

Também é importante ressaltar a comemoração do Dia das Crianças, 12 de outubro, fator preponderante para dinamizar as vendas. Tradicionalmente, as datas comemorativas impulsionam o comércio varejista.

Destaques – Os principais aumentos nas vendas ocorreram nos segmentos de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,6%), Móveis e eletrodomésticos (15,3%), Tecidos, vestuário e calçados (15,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,8%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,7%), enquanto que no subgrupo de Hiperrmercados e supermercados a variação foi de 9,4%.

Por outro lado, apresentaram variações negativas os ramos de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (18,9%), Combustíveis e lubrificantes (1,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (1,3%). Por longo período, esse último segmento apresentou expressivas taxas de expansão nas vendas, em outubro, pelo terceiro mês consecutivo, registrou retração. Contudo, no acumulado do período, janeiro-outubro de 2009, a variação foi positiva (12,6%).

Dentre os ramos que não compõem o indicador do varejo, o de Automóveis, motos, partes e peças e de Material de Construção apresentou, em outubro, o primeiro resultado positivo (3,6%) ao longo dos dez primeiros meses de 2009. Tal desempenho deve ser creditado tanto ao aumento da demanda em razão do fim do ano, período em que as famílias intensificam as reformas, como também a ampliação dos prazos de financiamento e desoneração fiscal, que tem contribuído para deixar mais baratos determinados produtos básicos da indústria. Veículos, motocicletas, partes e peças, continua apresentando expansão de vendas, registrando variação de 12,5% em outubro.

Comércio baiano acumula crescimento de 6,0% no ano

O comércio do estado acumulou, nos dez primeiros meses do ano, expansão de 6,0% no Volume de Vendas. Os resultados favoráveis observados, até outubro, permitiram ao varejo baiano acumular, nos últimos 12 meses (nov/08 a out/09) expansão de 5,9%.

Tendo em vista o desempenho favorável registrado até esse mês, as expectativas dos lojistas e de representantes do setor são de que o comércio baiano deverá encerrar 2009 acumulando crescimento significativo. Para isso, espera-se que, em dezembro, as vendas do comércio aumentem consideravelmente, em razão do acréscimo da massa salarial em circulação na economia, resultante da liberação do décimo terceiro salário. Todavia, não se pode desconsiderar que parte deste salário, provavelmente, se destinará ao pagamento de débitos anteriormente contraídos pelos consumidores.

Mais uma vez, o grupo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico manteve o bom desempenho das vendas. Os resultados favoráveis apresentados desde o início do ano levaram o ramo a acumular, nos meses de janeiro a outubro, variação de 36,1%. Nesse período, essa foi a taxa mais expressiva dentre as oito atividades que compõem o indicador do comércio. Tal resultado pode ser explicado pela diversidade de artigos encontrados nas lojas que integram o segmento, dentre as quais se destacam as de artigos esportivos, brinquedos, jóias, material ótico e fotográfico, etc.

O grupo de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo acumulou, nos dez primeiros meses do ano, o incremento de 8,5%. Essas taxas revelam que, neste ano, entre os ramos de atividades que compõem o indicador do varejo, esse vem sendo bastante favorecido pelo aquecimento nas vendas, em razão de comercializar predominantemente alimentos e por isso depender particularmente da renda dos consumidores. A queda dos preços dos produtos alimentícios, apontada pelos índices que medem a inflação no país e a melhoria do poder de compra dos consumidores, sobretudo das camadas de mais baixa renda, vêm contribuindo para a expansão das vendas.

Os primeiros meses do ano permitiram ao ramo de Automóveis, motos, partes e peças acumular expansão de 8,1% até outubro. Por se tratar de bens de valor unitário elevado, as vendas, em grande parte, são realizadas por meio de financiamento, portanto influenciadas, principalmente, pelo crédito e pelos juros.

O desempenho apresentado em outubro pode ser creditado a um conjunto de fatores, destacando-se a redução do IPI, a expansão do crédito e o aumento da confiança dos consumidores na retomada da economia do país, motivando-os a assumir financiamentos a longo prazo.