Em fevereiro, o comércio varejista da Bahia expandiu 12,9% em relação a igual mês de 2009. O dado foi apurado pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do estado.

O comércio baiano iniciou, este ano, com as vendas aquecidas, acumulando também 12,9% no primeiro bimestre. Nos últimos 12 meses (março de 2009 a fevereiro de 2010), a expansão acumulada foi de 8,5%. O Carnaval contribuiu, em fevereiro, para a taxa expressiva. Apesar do menor número de dias úteis característicos do mês, o indicador situou-se no mesmo patamar de janeiro. Deve se levar em consideração que essas taxas são resultantes da conjuntura econômica favorável, com influência da base comparativa deprimida em 2009.

Destaque para o fato de que, com o intuito de reduzir os estoques e aumentar o capital de giro das empresas, mais uma vez, como vem ocorrendo há vários anos, os lojistas dos mais diversos segmentos do comércio realizaram a Liquida Salvador.

“Nesse resultado do comércio, de fevereiro, destaco o segmento de móveis e eletrodomésticos, beneficiado com a política de isenção do IPI para a linha branca, e a recuperação do ramo de materiais de construção. Outro fator significativo é a recuperação do rendimento real e a geração recorde de emprego nos dois primeiros meses de 2010”, diz o coordenador de Acompanhamento Conjuntural da SEI, Luiz Mário Vieira.

Dentre os oito ramos de atividade que compõem o indicador do varejo, somente o segmento de Outros Artigos de uso pessoal e doméstico registrou variação negativa (-1,1%). Os principais destaques couberam aos segmentos de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (46,9%), Móveis e eletrodomésticos (29,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (18,5%), Tecidos, vestuário e calçados (13,7%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (12,2%) ao passo que no subgrupo de Hipermercados e supermercados a variação foi de 11,7 %.

Em menor intensidade registraram desempenhos positivos: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,1%) e combustíveis e lubrificantes (2,8%). Nos dois segmentos que não contribuem para a formação da taxa geral do varejo, os resultados foram positivos: veículos, motocicletas, partes e peças (13,6%) e material de construção (15,2%).

Setores
O ramo de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação, que vinha com acentuadas quedas no ritmo dos negócios, desde dezembro de 2009 vem apurando significativas taxas de expansão, o que, provavelmente, indica uma reversão da tendência de queda nas vendas desses produtos. Com o resultado de fevereiro (46,9%), no acumulado do bimestre a variação do segmento atinge 31,6%.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos (29,3%) obteve taxa no mesmo patamar da de janeiro, sendo as mais expressivas desde maio de 2009. Entretanto, deve se considerar que a base comparativa, fevereiro de 2009, influenciou esse resultado, pois a pesquisa apurou, naquele mês, variação negativa (- 8,3%). No acumulado dos dois primeiros meses de 2010 a taxa situou-se também, em 29,3%, ao passo que em igual período do ano passado a variação foi de -5,9%.

Ainda impulsionado pelo aumento da demanda por material escolar que, tradicionalmente se intensifica no inicio do período letivo, o segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria registrou expansão de 18,5%. Entretanto, esse resultado foi inferior ao apurado em fevereiro de 2009, quando as vendas do ramo de atividade expandiram-se consideravelmente (34,6%). Contudo, as taxas de crescimento apresentadas nos dois primeiros meses de 2010 levaram o ramo de atividade a acumular nesse período variação de 18,1%.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados revelou sucessivas variações negativas de janeiro a setembro de 2009. No entanto, desde outubro desse ano o ramo de atividade vem apresentando aumentos significativos nas vendas, atingindo em fevereiro 13,7%. Trata-se da comercialização de artigos de menor preço unitário, por isso influenciada, essencialmente, pela melhoria do rendimento dos consumidores.

A principal atividade do comércio varejista: hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo apresentou expansão 12,2%. Mais uma vez, como vinha ocorrendo desde o início de 2009, os dados da PMC revelaram que a taxa apurada para o comércio baiano, em fevereiro, teve forte influência do desempenho desse segmento, que responde por mais de 40% da taxa global do varejo.

Embora não compondo o indicador do volume de vendas do varejo, por abranger o comércio varejista e o atacadista, mas dada a grande importância no comércio, a pesquisa investiga os ramos de Automóveis e Material de Construção. Neste último observou-se expansão de 15,2%. Essa se constituiu na taxa de maior expressividade registrada pelo segmento desde fevereiro de 2008, mês em que a variação atingiu 18,8%. No segmento de Veículos, motos, partes e peças a pesquisa apurou crescimento de 13,6% e no acumulado do primeiro bimestre (14,3%).