Ex-funcionários do Hospital Roberto Santos retornam após concurso

“Trabalhei aqui por quatro anos. Saí chorando. Deus me permitiu voltar, depois de nove meses desempregado. Estudei mais de 12 horas por dia, sonhando em ver de novo todos os que sempre me acolheram aqui no hospital”. Exibindo o crachá, que guardou durante os mais de três anos em que ficou afastado, Eduardo Santana Cerqueira dos Santos foi novamente acolhido, nesta segunda-feira (19), junto com outros nove técnicos aprovados no concurso da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no Hospital Geral Roberto Santos. Desta vez, ele chorou de alegria.

O amor de Eduardo pelo hospital e a determinação em ocupar a única vaga de técnico de enfermagem destinada a deficiente físico, enfrentando as dificuldades do desemprego, emocionaram os participantes da reunião quinzenal do Colegiado de Gestão do HGRS.

O diretor geral, Paulo Barbosa, apresentou e saudou o grupo, composto de técnicos de enfermagem, radiologia e patologia clínica, ressaltando a importância do acolhimento a todos os servidores.

“O desafio que vocês vão enfrentar é o de um hospital extremamente complexo, que dá conta de três Emergências 24 horas. Por mais que a gente se esforce, tem a sensação de que nunca dá conta de tudo, diante da carência excessiva da população. Não é fácil trabalhar nesse contexto, principalmente por ser uma área que lida com o sofrimento das pessoas, como a Saúde”, disse o diretor da unidade.

Também aprovada para o cargo de técnico de enfermagem, Fernanda Correia Lima seguiu os passos de Eduardo e trouxe mais emoção ao dar seu depoimento. Lotada na Emergência, área mais árdua e desafiadora do hospital pela demanda constante e pela gravidade dos casos, ela se disse feliz por fazer parte do quadro de profissionais do setor. O trabalho na Emergência, para ela, tem uma dimensão maior: “Atender às pessoas que chegam precisando de um alívio representa mais do que o salário, é o seu papel como ser humano, o seu papel na vida”.

“A grande recompensa de enfrentar todas as dificuldades na assistência em saúde é o que Fernanda disse – são poucas as profissões que proporcionam ver nos olhos das pessoas o agradecimento”, salientou o diretor. O acolhimento de novos integrantes do corpo funcional sejam técnicos, médicos ou residentes, é uma prática que vem sendo adotada no HGRS.

Na reunião anterior do colegiado (dia 5 deste mês), foi apresentado um grupo de seis médicos – um cardiologista, um neurologista, um endocrinologista e três especialistas em medicina interna (clínicos) – para reforçar o quadro do hospital.