Como será viver na Bahia em 2023? Certezas sobre o futuro, ninguém as tem. Mas o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Planejamento (Seplan), das secretarias setoriais e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia (Codes-BA), debatem, até esta sexta-feira (23), as diretrizes do Plano de Desenvolvimento do Estado – 2023, cuja projeção prevê a elevação do padrão de qualidade de vida, graças a uma política capaz de gerar emprego, riqueza e renda bem distribuídas.

No encontro desta quinta-feira (22), o foco foi à política cultural para os próximos 13 anos. O secretário de Cultura, Márcio Meirelles, destaca que um dos desafios é modificar o olhar da Cultura apenas como arte e cultura popular. “Estamos alinhados com a visão contemporânea internacional e nacional sobre o conceito de cultura, mas precisamos fortalecer o sentimento de que ela é uma política pública estruturante e indutora do desenvolvimento”, afirma.

Quem reforça a declaração do secretário é o professor da escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, ao dizer que nos últimos anos, em especial no Brasil, a economia da cultura ganhou densidade devido a sua representatividade econômica no mundo. Esta afirmação, segundo ele, pode ser exemplificada nos seguintes números: “O segmento de cinema e televisão nos Estados Unidos emprega mais de 2,5 milhões de pessoas e o salário médio da indústria cinematográfica é 76% maior do que a média nacional, representando cerca de 41 bilhões de dólares”, destacou Miguez, lembrando ainda que apenas a turnê dos grupos Rolling Stones e U2 em 2009 movimentaram mais de 300 milhões de dólares.

Segundo o titular da pasta da Cultura, além do movimento de pulverizar as ações em todo o Estado e aprimorar e democratizar os instrumentos de fomento, o Governo do Estado já vem propondo a institucionalização do segmento, com a criação de lei orgânica, leis específicas e regulamentos, pontua Meirelles.

Horizonte
A visão de futuro proposta pelo secretário de Cultura é de uma Bahia integrada em redes possibilitando a comunicação com o mundo, com políticas públicas transparentes e acessíveis, que expressem a centralidade da cultura na transformação e no desenvolvimento social e valorizem a diversidade cultural. Para alcançar este horizonte, a meta é investir em quatro setores: infraestrutura física e tecnológica; economia da cultura; proteção e promoção da diversidade; e gestão da política cultural.

Entre as ações esboçadas estão a requalificação de espaços culturais existentes e a implantação de novos, a formação de gestores e técnicos e a criação de estruturas de fomento e financiamento para os elos das cadeias de valor. Também propõe-se o estímulo a formação de redes e arranjos produtivos culturais, a salvaguarda patrimonial e o fomento de programas de circulação e acessibilidade cultural, incentivo a leitura e geração de conteúdos para rádio, televisão, internet, celulares e outras mídias.

Prazos
De acordo com o secretário do Planejamento, Antônio Valença, a data limite para a formulação das diretrizes do Plano Bahia 2023 é 30 de junho de 2010, pois, desta forma, poderá influenciar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2011. “Estas diretrizes norteiam o crescimento da Bahia e esta proposta será consolidada em março de 2011” destaca.