Em março de 2010, as vendas do comércio varejista da Bahia expandiram 19,0% em relação a igual mês de 2009. A taxa foi a mais expressiva apresentada pelo setor desde o início da série histórica da PMC, em janeiro de 2001. Na comparação com fevereiro deste ano, a variação foi de 2,5%.

As informações são Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), realizada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada, em parceria, pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado.

Os bons resultados de janeiro a março levaram o comércio baiano a acumular expansão de 15,0% no trimestre. Nos últimos 12 meses (abril de 2009 a março de 2010) a expansão foi de 9,9%.

O resultado de março, em que pese a sua magnitude, sofreu influência da base comparativa deprimida e também da atual conjuntura econômica favorável, com a recuperação clara da atividade econômica, que tem reflexos tanto no mercado de trabalho como no rendimento real dos ocupados, o crédito em expansão e as liquidações típicas desse mês.

Os oito ramos de atividade que compõem o indicador do varejo registraram variação positiva. O principal destaque nas vendas coube ao segmento de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (48,6%), seguido de Móveis e eletrodomésticos (35,2%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (18,4%) – no subgrupo de Hipermercados e supermercados a variação também foi de 18,4%, Tecidos, vestuário e calçados (14,1%), Outros Artigos de uso pessoal e doméstico (13,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,7%) e Combustíveis e lubrificantes (9,7%). A taxa de menor expressividade se observou no segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%).

Nos dois segmentos que não contribuem para a formação da taxa geral do varejo, os resultados foram significativos: Veículos, motocicletas, partes e peças (36,6%) e Material de Construção (26,4%). “O segmento de Material de construção, apesar de não integrar o cálculo do indicador, merece ser analisado por ser forte indicativo da tendência da atividade econômica. Este ramo apresentou resultados negativos até setembro de 2009. Em 2010, as vendas de materiais de construção estão em recuperação. Colabora para isso, o crescimento do grau de confiança na economia, o que está relacionado à execução de projetos de reforma e construção adiados para este ano. Outro aspecto é a isenção do governo aos principais itens da construção”, explica o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis.

Desempenho dos segmentos
Mais uma vez, o ramo de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a principal taxa de expansão (48,6%). Após revelar acentuado recuo ao longo do ano passado, desde dezembro de 2009, a pesquisa vem apurando, no segmento, variações significativas, indicando reversão da tendência de retração nas vendas desses produtos. No acumulado do trimestre, a variação atingiu 37,3%, taxa mais significativa dentre os ramos.

O segmento de Móveis e eletrodomésticos, que desde o segundo semestre de 2009 demonstra recuperação do nível de atividade, apresentou incremento de 35,2%. A taxa obtida em março é a de maior expressividade registrada desde maio de 2009, mês em que o ramo de atividade começou a apresentar sucessivos resultados positivos. O ramo acumula, nos três primeiros meses de 2010, crescimento significativo (31,4%).

A principal atividade do comércio varejista – Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo – apresentou aumento de 18,4% em março, taxa mais expressiva dos três primeiros meses do ano. Contribuiu decisivamente para esse resultado, a maior demanda por produtos, tradicionalmente, consumidos na Semana Santa e na Páscoa, eventos ocorridos no início de abril.

A taxa apurada em março para o comércio baiano teve forte influência do desempenho desse segmento, o mais representativo do setor. No subgrupo de Hipermercados e supermercados a variação também é de 18,4%, acumulando no primeiro trimestre 13,6%.

Desde outubro desse ano, o ramo de Tecidos, vestuário e calçados vem apresentando aumentos significativos, atingindo em março 14,1%. Trata-se da comercialização de artigos de menor preço unitário, por isso, influenciada, essencialmente, pela melhoria do rendimento dos consumidores. No ano (janeiro a março), o ramo acumula 13,2% de incremento no volume de vendas.

Com crescimento de 13,1%, o grupo de Outros artigos de uso pessoal e doméstico obteve, nesse mês, a taxa mais significativa de expansão das vendas apurada desde janeiro deste ano. A taxa acumulada é de 6,6%.