A Igreja Católica concluiu, nesta quarta-feira (9), o processo de Beatificação de Irmã Dulce. O corpo da freira foi colocado numa capela para que possa ser venerada pelos fiéis. Agora, seus devotos aguardam uma resposta do Papa Bento XVI, que precisa validar o processo de transladação e confirmar a beatificação. Só após será iniciado o processo de canonização, o último passo antes que ela seja considerada santa.

A chamada “capela de relíquias” para onde o corpo da freira foi transladado, fica num espaço anexo à Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Largo de Roma, em Salvador, ao lado do local onde funcionam as Obras Sociais de Irmã Dulce.

A transladação começou com uma missa celebrada pelo arcebispo primaz do Brasil, Dom Geraldo Majjela. Fiéis, autoridades políticas e religiosas acompanharam a cerimônia ao lado do corpo da Freira. Algumas pessoas, entre elas, o governador Jaques Wagner, assinaram a ata de transladação, documento que será enviado à Congregação das Causas dos Santos do Vaticano como testemunho de realização da cerimônia.

Depois das assinaturas, a urna com os restos mortais da freira foi transportada até a capela de relíquias. Durante o trajeto, os fiéis demonstraram toda a sua fé em Irmã Dulce. Com bandeiras que traziam a imagem do “anjo bom da Bahia”, saudavam o cortejo cantando o Hino ao Senhor do Bonfim. Da platéia vieram gritos de louvor de alguns fiéis – “inesquecível”, “incrível”, “um exemplo de amor”.

Uma vida dedicada aos pobres

Irmã Dulce nasceu em Salvador, no dia 26 de maio de 1914, com o nome de Maria Rita Lopes Pontes. Desde os 13 anos já mostrava vocação para a caridade quando ajudava mendigos, enfermos e desvalidos encontrados pelas ruas da cidade. Em 1933, ela entra para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Lá faz os votos de profissão de fé religiosa e torna-se freira, recebendo o nome de Irmã Dulce em homenagem a sua mãe, Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes.

Sua primeira missão como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, na Cidade Baixa, em Salvador. Ali, continuou o trabalho de caridade e fé que ajudou centenas de pessoas. Irmã Dulce abrigava as pessoas pobres e doentes onde podia, usou casas abandonadas e até o galinheiro de um convento ela transformou num albergue para pobres.

O trabalho não parou e só ganhou em dimensão e reconhecimento, transformando-se nas Obras Sociais de Irmã Dulce. Em 13 de março de 1992, ela morre, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, depois de passar 16 meses internada. Desde então, a sua obra passou a ser dirigida pela sua sobrinha, Maria Rita Lopes Pontes.

Publicada às 13h05
Atualizada às 16h45