A mineradora anglo-australiana Rio Tinto Alcan vai investir US$ 4 bilhões na Bahia para a exploração de bauxita e construção de uma refinaria de alumina em Amargosa, com a geração de 600 empregos diretos e produção de 1,8 milhões de toneladas/ano na primeira etapa de implantação do projeto.

O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (30), pelo presidente da Rio Tinto Alcan, Ronaldo Ramos, durante audiência com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia. O investimento é resultante da descoberta de uma grande reserva de bauxita, em uma faixa de 200 quilômetros, de Jaguaquara a Vitória da Conquista.

“A intenção demonstrada pela Rio Tinto Alcan reforça a certeza de que a Bahia é mesmo a bola da vez na mineração brasileira. E esta nova descoberta está inserida no contexto da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul, em Ilhéus. Na semana retrasada tivemos o anúncio da pelotizadora de ferro Votorantim. A Rio Tinto é uma mineradora que opera com requisitos de gestão especial, ostenta um balanço ambiental positivo e é parceira de organizações como a WWF”, disse Correia.

A Rio Tinto Alcan está presente em 50 países e é líder global na indústria integrada de alumínio. Possui mais de 90 mil empregados e alcançou, em 2008, um resultado financeiro de U$ 10,3 bilhões. Com a mina e refinaria na Bahia, no Baixão do Ipiúna, a empresa irá produzir 4,2 milhões de toneladas de bauxita por ano, que irão abastecer a refinaria. Além de contar com a logística da Oeste-Leste, o projeto irá se beneficiar do Complexo Porto Sul, com a exportação de alumina e a importação de soda cásutica.

Ferro
Na semana passada, o Governo da Bahia anunciou investimentos de R$ 2 bilhões na região cacaueira para implantação da uma pelotizadora de minério de ferro, da Sul Americana de Metais, joint venture entre o grupo brasileiro Votorantim e as empresas chinesas Honbridge Holdings e Xin Wen Mining Group para a produção de 7 milhões de toneladas\ano de pelotas de ferro, com a geração de 460 empregos diretos e aproximadamente 4.200 indiretos.

Com mais esse empreendimento, já somam R$ 14,18 bilhões os investimentos previstos para a próxima década na região cacaueira, incluindo-se a Ferrovia Oeste-Leste, o Porto Sul, o novo Aeroporto de Ilhéus, a ZPE e a duplicação da BR-415 (Ilhéus-Itabuna).

Mineração na Bahia
O estado da Bahia é atualmente o 5º maior produtor mineral do Brasil, devendo, em curto prazo, alcançar a quarta posição com a entrada dos novos empreendimentos. É o maior produtor de urânio, cromo, barita, magnesita, talco e salgema; o segundo em produção de cobre, bentonita e níquel e o terceiro em ouro, além de diversos outros bens minerais produzidos por mais de 350 empresas.

Por ser o estado brasileiro mais bem estudado geologicamente falando, as perspectivas futuras são as melhores possíveis, pois diversos empreendimentos estão previstos para ser implantados no estado, destacando-se os ligados ao ferro, ao ouro, ao vanádio, a gipsita (gesso), entre outros.

Desde 2007, com o implemento dos levantamentos aerogeofísicos realizados pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), no estado, a Bahia ultrapassou Minas Gerais em termos de requerimentos de áreas junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

No período de 2007-2010 foram requeridas pela Bahia cerca de 14.500 áreas, enquanto que em Minas foram requeridas em torno de 13.200. Essa quantidade de áreas é quase o dobro dos requerimentos do estado até 2006 (cerca de 8 mil), fazendo da Bahia o estado mais procurado pelas mineradoras.