Onze projetos foram selecionados no edital Caminhos das Águas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) e o Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá). Eles apresentaram propostas de educação ambiental inscritas por Pontos de Cultura da Bahia conveniados com o Ministério da Cultura (MinC) ou com a Secult. Cada um recebeu R$ 10 mil.

Dos 19 projetos inscritos, os selecionados são representados por três projetos do Território da Região Metropolitana de Salvador, dois do Recôncavo e um das regiões Bacia do Rio Corrente, Baixo Sul, Chapada Diamantina, Portal do Sertão, Sertão do São Francisco e Velho Chico, perfazendo um total de três Pontos de Cultura conveniados pelo MinC e oito pela Secult. A lista com os selecionados está disponível nos sites da Secretaria de Cultura e do Ingá.

Dentre as instituições selecionadas estão terreiros de candomblé, rádio comunitária, grupos ambientalistas, de capoeira, bloco afro, associação de apoio aos trabalhadores, associação de sambadores e sambadeiras, além de fundações que atuam em temáticas diversas. As entidades deverão entregar o comprovante de abertura de conta bancária e extrato zerado até a próxima sexta-feira (9). A partir daí serão assinados os convênios e publicados no Diário Oficial do Estado.

Os projetos selecionados têm por objetivo conceber, implantar e apoiar a disseminação de informações, estudos e práticas referente à compatibilização do uso da água com os objetivos estratégicos da promoção social, do desenvolvimento regional e da sustentabilidade ambiental.

Também deverão promover ações com foco na educação ambiental como encontros, seminários, fóruns, oficinas e seus respectivos produtos com vistas à conservação de fontes e nascentes, à sustentabilidade e mobilização socioambiental e à melhoria da qualidade de vida.

Pontos de Cultura 
O projeto instituído em 2004 pelo Ministério da Cultura representa a política de cultura de maior alcance territorial do Brasil. Em resumo, o funcionamento do Ponto de Cultura acontece por meio de edital público, a partir do qual as instituições selecionadas passam a receber, durante três anos consecutivos, uma verba para dar continuidade às ações culturais que vinham realizando em suas comunidades. Essas instituições recebem o título de Pontos de Cultura e passam a integrar uma rede cooperativa, em que conhecimentos e informações devem ser compartilhados.

A rede de Pontos de Cultura foi fortalecida a partir de 2007, com a implementação do Programa Mais Cultura. O PAC da Cultura – como ficou conhecido – promoveu, dentre outras ações, a estadualização do Projeto Ponto de Cultura. Até 2007 o Brasil contava com aproximadamente 800 Pontos de Cultura. No ano seguinte, quando passou a ser estadualizado, o número de projetos aumentou para aproximadamente dois mil.

Para a superintendente de Cultura, Ângela Andrade, o Mais Cultura “está contribuindo para concretizar uma efetiva descentralização de recursos, dando condições aos atores culturais de todo os municípios baianos para ampliarem suas ações”.

A partir do Mais Cultura, a Secult selecionou em 2008, por meio de edital público, 148 novos Pontos de Cultura na Bahia. Nessa época, já existiam no estado 70 Pontos de Cultura conveniados com o MinC, a maioria na Região Metropolitana de Salvador.

A rede passou a contar com 218 Pontos, distribuídos nos 26 territórios de identidade, representando um acréscimo de mais de 200%. De acordo com a coordenadora da Rede de Pontos de Cultura da Bahia, Renata Camarotti, “o estímulo a iniciativas deste tipo junto aos Pontos é fundamental pelo papel estratégico que estes grupos podem ter na sensibilização de suas comunidades para o tema. A transformação do panorama em relação à questão ambiental refere-se, sobretudo, à construção de novos valores, e as distintas expressões artístico-culturais contribuem muito para esta mudança”.