A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) acompanhou na quinta-feira (29), em Feira de Santana, o abate inspecionado do primeiro lote de seis animais que comeram ração com proteína de base animal, da popularmente conhecida “cama de frango”. A medida preventiva, orientada pela legislação do Ministério da Agricultura e organismos internacionais, visa evitar a transmissão de doenças a outros animais, além de zelar pela segurança alimentar da população. Outros dois lotes de animais aguardam o resultado de uma contra-prova para detectar a presença da proteína animal. Em caso positivo, a Adab realizará o mesmo procedimento de abate.

“A Bahia foi a primeira Unidade da Federação a determinar, pela Portaria Estadual nº 441/2008, a proibição da cama de frango” salientou o diretor de Defesa Sanitária Animal da Adab, Rui Leal, que, junto com médico o veterinário José Neder, esteve presente no frigorífico Frifeira, garantindo a eficácia da ação, em todas as etapas do abate.

Médicos veterinários da Adab continuam em campo, coletando amostras de alimentos para análise, a fim de verificar a utilização da cama de frango na ração animal, com especial atenção nos períodos secos do ano, quando a prática é mais acentuada para complementar a alimentação do gado.

Doença afeta a saúde pública
A prática se dá pela utilização de dejetos, penas e resíduos de ração acumulados nos pisos das granjas para alimentar o gado. Apesar de ser uma opção mais barata, a complementação alimentar dos bovinos com produtos e subprodutos cuja composição contenha proteína ou gordura de origem animal, pode transmitir a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como “mal da vaca louca”, doença de importância econômica que afeta a saúde pública.

Para evitar que essa realidade mundial chegue ao Brasil e na Bahia, a Adab vem realizando um intenso trabalho de fiscalização nas propriedades e campanhas de esclarecimento aos produtores. Também foi proibida a importação de animais vindos de países com registro da EEB.

Periodicamente, a Adab realiza fiscalização no abate de bovinos, caprinos, ovelhas e bubalinos, além da realização de exames em animais com suspeita de doenças nervosas. Sendo constatado o uso de subprodutos animais na ração, os bichos são isolados e encaminhados ao abate em frigoríficos do Sistema de Inspeção Federal (SIF), com aproveitamento da carcaça e a retirada do material de risco.

“Os pecuaristas da Bahia que insistam em alimentar o gado com subprodutos de aves e suínos podem ter seus animais sacrificados e destruídos na propriedade, sem direito a indenização, tendo como base a Instrução Normativa nº 41, de outubro de 2009 do Ministério da Agricultura”, adverte o médico veterinário da Adab José Neder.